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As pessoas gostam de ver o “making of” das coisas, a progressão das tintas formando uma imagem parece nos fazer pensar no que ainda é feito por mãos humanas.
Eu sou um admirador da pintura a óleo, acho uma técnica orgânica, fascinante, simples, humana. Acho estranho quando a técnica em uma obra de artes plásticas é mais discutida do que o conteúdo da obra. Quando surge um artista que usa algum meio fora do convencional para produzir sua arte, tenho a impressão de que a conversa permanece mais em torno do como foi feito ao invés do quê foi feito.
A pintura a óleo praticamente não mudou, mas isso não quer dizer que o universo de possibilidades que ela permite se tornou restrito, existe muito a ser explorado em relação a composição, poses, temas e linguagem sem necessariamente ter que inventar a roda a cada trabalho.
Nesse retrato da minha caríssima amiga Fabiana Leão só fui encontrar a minha interpretação muito tempo depois de concluí-lo.
Hoje olho para ele e fico imaginando a sensação de acordar com o sol da manhã num carro estacionado na beira de uma estrada e gosto de pensar para onde esse carro iria, me faz ver novos cenários, novas paisagens, novos personagens, como uma arte sequencial.
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